A tão aguardada Reforma Tributária foi finalmente aprovada e promete redesenhar o sistema tributário brasileiro, considerado atualmente um dos mais complexos do mundo. As mudanças afetam diretamente a forma como empresas recolhem e administram tributos, tornando urgente que empresários compreendam as novas regras e iniciem os ajustes necessários para manterem seus negócios competitivos e em conformidade.
Este artigo destaca as principais alterações da reforma, os impactos esperados e o porquê você, empresário, deve agir agora para se preparar. Afinal, as consequências de não estar pronto podem ser graves — desde multas por inadequação até perda de competitividade no mercado.
O que muda com a Reforma Tributária?
A essência da Reforma Tributária é simplificar a estrutura de tributos e torná-la mais transparente e eficiente. Aqui estão os pontos de maior destaque:
1. Substituição de tributos
A Reforma introduz o sistema de tributação sobre o consumo, substituindo vários tributos atuais por duas novas exações principais:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): Este imposto federal substituirá o PIS e a Cofins, criando um modelo mais simplificado.
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): Um imposto uniforme que substitui o ICMS (estadual) e o ISS (municipal), integrando dois tributos em um único modelo.
Esses novos tributos seguem um modelo de imposto sobre valor agregado (IVA), amplamente adotado em países desenvolvidos, onde cada etapa produtiva gera crédito para a próxima e evita a tributação em cascata.
2. Fim da cumulatividade
Uma das grandes críticas do modelo anterior é a tributação em cascata, onde tributos são aplicados em cada etapa do ciclo econômico, gerando impactos significativos nos preços finais. Com a adoção do modelo de IVA, a cumulatividade será eliminada, permitindo que empresas aproveitem créditos tributários ao longo da cadeia produtiva.
3. Unificação de alíquotas e tratamento mais isonômico
Outra promessa da reforma é a redução das distorções entre setores econômicos. Hoje, diferentes alíquotas são aplicadas de acordo com o segmento ou produto, gerando privilégios para alguns setores. Com a reforma, a ideia é adotar alíquotas uniformes, mas com algumas exceções, como no caso de produtos essenciais (cesta básica, saúde e educação), que terão alíquotas reduzidas ou zeradas.
4. Criação de um imposto seletivo
Além do IBS e da CBS, haverá o imposto seletivo, um tributo adicional para bens e serviços considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Exemplos incluem produtos como bebidas alcoólicas, cigarros e combustíveis poluentes.
5. Transição gradual
A transição para as novas regras será feita de forma escalonada e durará aproximadamente 8 anos. Nesse período, o atual modelo de tributação coexistirá com os novos tributos, em um sistema híbrido. Empresários deverão estar atentos para evitar erros no recolhimento de impostos durante esse intervalo.
Impactos da Reforma para os empresários
Empresários devem estar cientes dos impactos práticos das mudanças trazidas pela Reforma Tributária, tanto nos custos operacionais quanto no modo de gestão fiscal. Esses são os principais pontos de atenção:
- Aumento da transparência: Com a eliminação de tributos cumulativos, ficará mais claro para os consumidores e fiscais o quanto de imposto é pago sobre cada produto.
- Adaptação de sistemas de gestão: As empresas precisarão atualizar sistemas de ERP e softwares de contabilidade para atender à nova estrutura tributária.
- Possibilidades de ganho ou perdas financeiras: Empresas que hoje se beneficiam de regimes tributários desnecessariamente complexos poderão enfrentar aumento na carga tributária. Por outro lado, setores prejudicados pela cumulatividade atual terão maior competitividade.
- Necessidade de capacitação: Gestores e profissionais fiscais precisarão de treinamento para lidar com o novo modelo.
- Análise dos impactos da Reforma: É fundamental que os empresários façam uma análise dos impactos da reforma tributária para definirem o melhor regime tributário, sob pena de recolher mais impostos e perder competitividade.
Por que agir agora?
Embora a implantação completa da reforma aconteça de forma gradativa, o tempo necessário para uma transição tranquila nas empresas é considerável. Aqui estão as principais razões pelas quais é preciso começar hoje:
- Prevenção de erros: Ambiguidade no período de coexistência entre os modelos pode gerar erros de recolhimento e custos extras, como multas e autuações.
- Revisão de processos: Migrar às novas regras envolve uma avaliação completa de preços, margens de lucro e métodos de operação.
- Competitividade: Negócios que se anteciparem estarão em vantagem, ajustando seus preços e margens antes da concorrência.
Prepare-se para a mudança: por onde começar
- Busque orientação profissional: Consulte contadores, advogados tributários e consultores especializados para entender os impactos diretos no seu negócio.
- Atualize seus sistemas: Invista na modernização de sistemas de gestão fiscal e contabilidade. Certifique-se de que sua equipe está preparada para lidar com o novo modelo.
- Capacite sua equipe: Promova treinamentos internos para gerentes e equipes fiscais. A compreensão da nova legislação será fundamental para evitar erros.
- Reveja seu planejamento tributário: A reforma muda a dinâmica dos tributos. Este é o momento ideal para revisar sua estratégia tributária e buscar novas oportunidades de otimização.
Conclusão
A Reforma Tributária representa um marco histórico no Brasil e já é uma realidade. Para os empresários, essas mudanças trazem não apenas desafios, mas também oportunidades. Quem se antecipar à implementação estará melhor preparado para navegar nas novas regras, enquanto quem ignorar as mudanças pode sofrer sérias consequências.
As próximas etapas exigem preparação, planejamento e, sobretudo, ação. O momento de começar é agora. Avalie o impacto no seu negócio e conte com a Equipe do Ulm Pessoa Advogados mais informações. Afinal, estar preparado será a diferença entre prosperar ou enfrentar dificuldades em um cenário que já está em transformação.
Alêssa Ulm Ferreira Pessoa
Advogada especialista em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa – IDP.
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